Tuesday, March 31, 2009

Hummm, não podes ser boa da cabeça! :p




Cada vez mais constato que existem várias pessoas que olham para mim com relativa desconfiança. Não as censuro, também reajo assim quando conheço alguém que não consigo compreender. E quando digo compreender não é aceitar ou deixar de aceitar a forma como se mostram ao mundo, é mesmo não conseguir perceber a forma como vêem o mundo e agem sobre ele. Quando não consigo compreender dessa forma alguém fico ansiosa e angustiada. Essa pessoa é para mim imprevisível, incoerente e instável, e isso assusta-me, porque se não conseguir prever nunca qual será o seu comportamento não consigo baixar as minhas defesas e deixá-la entrar no meu mundo, não completamente. Estou sempre em hipervigilância, tal como um animal o fica quando não sabe quando vai ser alimentado ou receber um choque. Há uma experiência com cães muito interessante nesse sentido: O experimentador treina o cão para carregar num botão para obter comida, depois de o cão ter aprendido o que tem de fazer para ser alimentado o experimentador muda as regras do jogo e começa a dar-lhe choques sempre que carrega naquele botão. O cão fica confuso inicialmente, mas acaba por deixar de pressionar o dito botão, com medo do choque. Depois desta lição aprendida, o experimentador volta a mudar as regras do jogo e alterna o choque com o alimento. E aqui é que está tudo tramado. O cão deixa de saber o que fazer para obter alimento e não levar um choque, mas como não existe um padrão, ele não consegue tirar daí nenhuma aprendizagem. Eles chamam a isso o «desamparo aprendido». Não sei até que ponto os experimentadores levaram a investigação, e portanto não sei se mataram algum animal para tirar estas conclusões brilhantes, mas o que é facto é que o cão deixa de pressionar o botão e começa a passar fome.
O «desamparo aprendido» é algo que acontece nos humanos. Os mecanismos são mais complexos, mas o princípio é o mesmo. Quando alguém não consegue antever qual é o resultado das suas acções duma forma repetida, por muito apelativo que seja o prémio, ou por mais doloroso que seja o castigo, esse alguém vai deixar de agir, com isso negligenciando os instintos de sobrevivência mais básicos que temos em nós.

Nos humanos, quando isso acontece, são diagnosticados com depressão, existindo diversos tipos de depressão e diferentes sintomas para cada um desses tipos, mas é a, actalmente curriqueira e vulgarizada, depressão.

A meu ver, a depressão está a caminhar de braços dados com o sexo. Quero com isto dizer que é algo tão comum e tão falado que as pessoas começam a encarar ambos como banais. Como algo que é tão fácil ter que não vale a pena valorizar. E isto, é grave! Porque se ambas as coisas forem levadas com leviandade podem matar. A maior parte das pessoas fica muito apreensiva quando alguém novo tem um ataque de coração ou um cancro. Mas se alguém tem uma depressão ou Sida a reacção é frequentemente: «ohhh, porque é que estás assim tão preocupado? Não se morre disso!» Mas está errado!!! Acontece! E não é só ao vizinho do lado. Olhar para o outro lado e negar que os problemas existem não resolve nada, pelo contrário, apenas agrava o problema.

Bem, mas com isto dispersei-me do que queria aqui dizer hoje. E o que queria dizer é que eu adoro continuar a ter um espírito jovem, mas sinto, cada vez mais, que tenho de o sacrificar em parte para dar à sociedade o que ela espera de mim. Tenho de começar a fazer mais sacrifícios, dedicar-me mais ao curso, acabá-lo duma vez por todas e começar a trilhar um rumo que vai definir uma segunda parte da minha vida, que passa por sair de casa e ser autónoma. Eu gostava de ter uma casa a que pudesse chamar minha, decorá-la à minha maneira, poder gerir o dinheiro e o tempo de forma a que possa continuar a fazer coisas que me deiam prazer, seja isso ler um romance cor-de-rosa, sair para jantar num sítio bonito, apanhar uma chuvada, viajar ou fazer novas amizades. Se o puder fazer a dois, melhor ainda. Mas se não puder tenho de ganhar forças para o fazer por mim. E isso é algo que sempre me faltou. Vontade de fazer as coisas por mim, e não pelos outros, sejam eles quem forem.

Agora, quer isto dizer que vai operar uma mudança radical em mim de tal ordem que já ninguém me vai reconhecer?

Não!! Eu sei quem sou, sei do que gosto, por que princípios me rejo e que sonhos me fazem mover. Lá por ter de «crescer» e tornar-me autónoma não quer dizer que já não vá querer apanhar chuvadas, passar horas a contemplar o céu e o mar, ver romances e thrillers, papar séries cuja temática sejam as relações humanas ou deixar de ter prazer em pequenas coisas como ir à praça e ver aquela explosão de vida e cor, ou ir no carro de janela aberta a cantarolar uma música que gosto, ou ainda ficar na praia até o sol se pôr e ir petiscar qq coisa numa esplanada com os amigos. Eu sei o quanto essas coisas simples são importantes para mim e para me manter minimamente «sã», não vou abdicar delas. Se vou ser eternamente jovem? Possivelmente sim, mas isso não significa que não tenha de fazer pela vida para ter possibilidades de sobreviver, mais que não seja para poder fazer todas essas coisas que tanto gosto.

Eu sou daquelas pessoas que não vai a parques de campismo por serem a solução mais barata, ou toma duches de água fria nos dias quentes para poupar no gás ou para tonificar a pele, não falo com as pessoas com quem me cruzo no quotidiano porque parece bem. Eu gosto de fazer todas essas coisas, não vou mudar quando tiver mais 5 anos ou quando tiver mais dinheiro, porque sou assim. E quando se faz as coisas por prazer, e não por obrigação... isso não muda com o passar dos anos! Eu hei-de ter 60 anos (se lá chegar) e hei-de apanhar uma grande molha de vez em quando, não porque quero ser rebelde, ou ser irresponsável, mas simplesmente porque isso me dá prazer. São os outros que me vão achar irresponsável, imatura ou louca, mas isso não significa que qualquer dessas características esteja na base do meu comportamento... Até posso ser tudo isso, ou não ser nenhuma, o que vai mudar com a idade é que cada vez me irei importar menos com o que os outros pensam e vou começar a ser mais fiel ao que eu penso e quero para mim. Isso sim, vai mudar.

Saturday, March 28, 2009

Sonhos

À uns dias, no Troll,, li um post da Isabel que que me fez pensar nos sonhos que tinha aqui à uns anitos.
Foram muitos, uma vez que sempre fui uma sonhadora. Não daquelas que só sonha a dormir, mas daquelas que sonha de olhos abertos, perdidos no horizonte. Às vezes apenas estimulada por uma música, uma imagem, ou um desconhecido com quem me cruzo na rua. O relógio no pulso de um homem que conduz e com quem me cruzo num semáforo, um perfume familiar, um casalinho enamorado, um entardecer duma tarde de verão, a textura da relva acabada de cortar, o cheiro a maresia e a terra molhada. O vento contra a pele quente. Um sabor que julgava perdido e que identifico. Na verdade, são poucas as coisas que não me fazem sonhar... Sou a típica cabeça no ar. Para os que acham piada à Astrologia... Aquariana com ascendente em Balança, o que seria de esperar?!?!

Quando era muito miúda sonhei ser actriz. Adorava cinema, e pensei, «fazer disto vida não era nada mal pensado!», mas além de não ser nenhuma estampa, percebi que odiava ser filmada. Lá se foi o primeiro.
Depois virei-me para o ser cantora. Também gostava de música, e imaginei que devia ser bem divertido andar em digressão. Nesta altura foram várias as alminhas que me imploraram para não cantar e estragar as músicas... Lá se foi o segundo.
Veio então o Top Gun, filme que vi dezenas de vezes. Lembro-me de chegar das aulas na primária e ira correr para casa para ver uma parte desse filme enquanto lanchava. Pilotar caças saía um pouco fora das minhas miragens, mas porque não instrutora?!
Quando a cassete do Top Gun começou a ficar estragada decidi que estava na altura de sonhar com outras coisas, por essa altura comecei a devorar os livros de Uma Aventura. Li uns 20, passei para Os Cinco, melhor ainda. Seguiu-se o Triângulo Jota, a Patrícia e mais tarde a Agatha Christie. Ninguém me parava. Podia ser quem eu quisesse e vivia grandes aventuras a partir do sofá do meu quarto. Teletransportar-me para uma realidade diferente da minha era não só um prazer como uma necessidade. Decidi então que iria ser escritora. Daquelas que se isolam numa casa de férias, num qualquer sítio agreste e com pouca gente, com a sua máquina de escrever e a fundamental chávena de chá fumegante ao lado. Esse é um sonho que ainda não pús de lado.
Mas tinha de fazer algo para ganhar dinheiro, e ninguém me garantia que alguém lesse os meus livros, por isso... ser professora apareceu duma forma muito natural e clara na minha cabeça. Adorava ajudar a minha mãe a corrigir os testes e na escola gostava de tentar explicar a matéria que já tinha estudado, e percebido. O inglês dos filmes pareceu-me a solução perfeita. Mas houve quem discordasse... «Tudo menos professora» foi o mote. Só então, bem mais tarde, veio a Psicologia... Longe de ser um sonho, foi a melhor escolha possivel dentro do enquadramento científico-natural que me rodeava. As engenharias não eram para mim e hoje, em Psicologia, sinto-me em casa. É como aquela peça de roupa, que à vista desarmada não tem nada demais, mas que nos assenta bem e que as amigas vêm e comentam: «tem a tua cara».

Apesar das reticências iniciais dos progenitores, que perguntaram se queria cuidar de malucos, ou se queria ser desempregada (que é o mais certo), hoje admitem que de facto sempre tive uma queda para «cagar larachas». Espero que tenha feito a escolha certa, porque neste momento, já não me sinto com força para recuar e fazer tudo de novo... Os cursos, como praticamente tudo na vida, têm um prazo de validade, e o meu já expirou à anos. Já azeda e tá na altura de dar o próximo passo.
Se me vou tentar encaixotar ou ser a eterna inconformada não sei, creio que só o tempo o dirá...

Para o André

Esta é para vocemecê, caro André, mais conhecido por Matias Alexandre, essa ficou para a história! :p
Deixe que lhe diga que você é um daqueles personagens que por muito que se tente, não se entende, mais que não seja porque não quer!
Já sei que vai reclamar da música que lhe dedico, mas quanto a isso só uma coisa a dizer: é esta, e mai nada! Afinal de contas quem é que manda aqui? :p

Tuesday, March 24, 2009

Para O Jack, John e Milady deWinter

Ok, não podia deixar passar em branco.
Estes personagens são marcantes, pelo bom e pelo mau. Mas ainda bem que assim é senão seria deveras monótono. São bastante diferentes uns dos outros mas, independentemente do que tenham dito, ou possam vir a dizer, são pessoas apaixonadas e que têm uma grande capacidade crítica. Argumentam muito bem e falam dos mais variados temas, uns sérios, outros para entreter, mas há uma coisa que está sempre subjacente a todos os posts que escrevem, seja um texto longo, ou meia dúzia de frases, uma música ou uma imagem... É que têm uma personalidade vincada para caraças! Tá espelhado em todos os cantos uma mensagem de: «Sou como sou, se não gostas põe-te a andar!» lol O que torna para qualquer um que queira ser um leitor assíduo um grande desafio. Eu aceitei-o!

Para o Jack...



Para o John...



Para a Milady...



Espero que gostem :p**

Monday, March 23, 2009

Para os Trollianos


Esta é para os companheiros do Troll Urbano. Que continuem com a mesma boa disposição e humor negro que vos fica tão bem :)
Esta é uma das minhas preferidas Isabel ;) Espero que também gostes.

Wednesday, March 18, 2009

Para as Meninas!!!

Vou iniciar hoje uma modalidade aqui na toca que consiste em dedicar músicas às pessoas importantes para mim.
Espero que gostem ;)

A primeira é para nós meninas! Olivia, Beatriz, Susana, Vera, Rita e Bia. Considerem-se notificadas! :p



Vá, não sejam tímidas, quero ver esses corpinhos a mexer!! Bater com o pé por baixo da mesa não chega!!!

Tuesday, March 17, 2009

Live and Learn



Adoro ouvir esta música quando estou numa de introspecção. Se for de comboio, com o mar como companheiro e o sol a bater-me na cara... Tanto melhor!
Live and learn... parece-me um bom lema ;)

Sunday, March 15, 2009

Fantoches ou Deuses?




As teorias generalistas e o esforço quase titãnico que fazemos para tentar rotular alguém tem incovenientes. Acho que ninguém pode negar isso. Ao tentar encaixotar as pessoas em gavetas arrumadinhas numa cómoda onde armazenamos tudo o que nos ocorre na vida é redutor e enganador, e faz com que tenhamos surpresas desagradáveis de quando em quando. Mas essa aparente arrumação é um mal necessário. O ser humano precisa frequentemente desses rótulos e dessas gavetas para compreender o que o rodeia. E para perceber o quão angustiante seria não aprendermos nada e não conseguirmos prever o chão que vamos pisar daí a um metro de distância, basta pensar nas pessoas que ficam com amnésia. Há poucas coisas que consiga imaginar serem mais tortuosas. Perder a noção do que fomos, do que vivemos, por onde passámos, as pessoas e sítios que nos marcaram e fizeram de nós quem somos no presente e nos vão continuar a dar uma linha condutora no amanhã só pode ser aterrador. :o

As coisas que vivemos moldam-nos, queiramos ou não, umas pelo bem, outras pelo mal. Não somos ilhas, nem calhaus. O que nos dizem ou fazem afecta-nos de alguma forma, podemos é escolher dar mais ou menos importância a esses acontecimentos, pouco mais. Não gosto de pensar nas pessoas como meros peões de uma qualquer entidade superior, mas reconheço que o livre arbítrio é muitas vezes uma mera ilusão. Gostamos de quem gosta de nós, tratamos bem quem bem nos trata e agredimos quem que nos ataca. Mesmo quando nos achamos incapazes de tomar uma decisão e nos recusamos a escolher, estamos a escolher não optar (o que é em si mesmo uma opção); quando nos dizem algo que nos deixa desconfortáveis e não queremos falar sobre o assunto, o nosso silêncio comunica por nós e passa uma mensagem, queiramos ou não; quando recebemos uma prenda da qual não gostamos os nossos olhos traem-nos, embora as palavras consigam mentir. Conseguimos controlar o que dizemos e fazemos (às vezes nem isso), mas não conseguimos controlar o que sentimos e pensamos. É aquela velha história do «não penses em elefantes, o que é que tás a pensar?!»

Mas todos nós precisamos de algumas «leis universais»... Por norma as mulheres são mais emocionais e têm as emoções à flor da pele, gostam de falar sobre tudo, bom e mau, certo e errado, bonito e feio, enfim, TUDO! Falam durante uma ressonância, num museu em que é pedido silêncio e até durante a relação sexual :p (autênticas galinhas! lol)Os homens costumam ser mais racionais e tendem a esconder o que sentem. «Os homens não choram», «do homem a praça, da mulher a casa».
É muito frequente encontrá-los a dizerem:

«Querido, olha-me nos olhos e diz que me amas e nunca me vais largar. Só mais esta vez! Amas-me mesmo? Mesmo, mesmo, mesmo?»

«F***-se! Já te respondi a isso 50 000 vezes, porque é que continuas a perguntar a mesma coisa?! Não te disse já?!»

Etc, etc. Muitos ditados populares há que confirmam o que digo. A meu ver, um dos problemas da sociedade actual é que a maior parte das pessoas já não se conformam com os papéis de género que lhe foram atribuídos desde a nascença (até antes, na verdade). O homem já não é o único que trabalha fora e é o sustento da casa, a mulher já não fica a cuidar da casa e dos filhos, já são poucas as profissões que só um dos géneros pode realizar: as mulheres passaram a ser gestoras, militares, economistas e engenheiras; os homens passaram a ser professores, educadores de infância, costureiros e modelos. As mulheres usam cabelo curto e calções, bebem imperial e discutem bola, os homens depilam-se e usam cremes hidratantes depois do duche, sabem cozinhar e mudar fraldas. A sociedade actual deu uma grande reviravolta e apanhou muito boa gente na curva. Cada vez as mulheres se comportam menos como Mulheres, e os homens como Homens. Cada dia que passa é mais difícil prevermos o de amanhã e o relógio anda demasiado depressa! Ninguém tem tempo suficiente para fazer tudo o que deseja e cada vez há mais pessoas com perturbações quer do foro físico quer do psicológico.
A minha questão é: Será que a nossa mentalidade consegue acompanhar todas as mudanças que a sociedade contemporânea impõe?

Saturday, March 14, 2009

A última hora

Há monólogos que vale a pena recordar.
É mais fácil revoltarmo-nos com os outros do que connosco próprios...

Wednesday, March 11, 2009

Evoluir... Como?



Há uns 50 anos atrás pensava-se que era o nosso dever, enquanto membros duma sociedade, contribuir para a selecção natural actuar de forma mais eficaz e mais rapidamente. Houve quem defendesse a Eugenia como a solução para a evolução da espécie humana. Como a selecção natural do Darwin demorava demasiado tempo a conseguir o seu fim, aproximar um grupo de indivíduos da perfeição, o Homem tinha obrigação de dar uma ajudinha. Assim, não eram permitidas ligações entre indivíduos diferentes, quer fisicamente quer a nível de estatuto socio-económico. Tudo em nome da busca da Raça perfeita.

Hoje sabe-se que a evolução da espécie se tem conseguido à custa da heterose. Os cruzamentos entre pessoas diferentes torna os descendentes mais adaptados a qualquer meio. Se as ideias da eugenia tivessem vingado provavelmente a espécie caminharia a passos largos para a extinção.
Viva a diferença! E aqueles que conseguem aceitá-la!

Saturday, March 07, 2009

Quem eu sou?



Sempre gostei desta música, vá-se lá saber porquê! ;)
Nunca disse que era fácil de perceber ou de fácil trato.
Eu sou os extremos. Quando encontro alguém que é igualmente extremado faz faísca e queima, quando encontro alguém que é o demasiado normal não me interesso, são as pessoas que não são outliers mas que também não contribuem para a média que me apaixonam e me me mantêm interessada.
Não sei se sentem isso, mas há pessoas que conhecemos e ao fim de meia hora já temos uma ideia se vamos adorar, odiar ou simplesmente gostar. Não costumo confiar nas minhas impressões, mas devia faze-lo mais vezes, porque raramente me enganam. Mas como sou teimosa e insegura dou o benefício da dúvida, porque acredito sempre que, mesmo as pessoas que não gosto à partida hão-de ter algo de bom nelas, eu apenas não o estou a ver.Isso pode ser interpretado como uma fraqueza, ou ingenuidade, mas é o que é: uma segunda, terceira ou às vezes quarta oportunidade. Porque embora possa apregoar aos 4 ventos que as pessoas são más por natureza, continuo a optar por acreditar que são boas na sua essência, e são as circusntâncias de vida que as tornam mais amargas ou mais doces. Não tenho a mínima dúvida que seria capaz de roubar se passasse fome, ou magoar para me defender quando me sinto atacada ou em perigo. Somos racionais, mas continuamos a ser animais, e há coisas a que não conseguimos fugir, por mais que racionalmente possamos pensar que não é esse o caminho. Não tento fugir disso por muito tempo. Tento perceber porque é que o faço e se tenho realmente motivos para o fazer. É tudo.

Thursday, March 05, 2009

Across the universe

Aceitei uma sugestão e vi o filme. Tinhas razão, é um espanto.










Wednesday, March 04, 2009

És branco ou preto? Porque raio é que não posso ser o cinzento?!





Estes últimos meses têm sido bastante conturbados, com dias em que voei bem alto e não via o chão debaixo de mim, outros em que me estatelava no chão e tudo me doía, física e psicologicamente. Enquanto estive lá em cima senti-me tão bem que não andava, levitava. Mas uns poucos de dias depois já cá estava em baixo de novo, a sentir dores em sítios que nem sabia que existiam.
E tudo isto porquê? Porque, não me sentindo capaz de dar um passo em frente dou dois para trás. Tentei recuar no tempo, aos anos em que tinha muito menos com o que me preocupar, que estava ainda distante de ter de acabar o curso, começar a procurar emprego, talvez um marido e, um par de anos depois, os filhos. Perdi anos da minha vida por ser insegura e não acreditar verdadeiramente em mim e no que posso ser um dia. Mas sempre que olho em frente vejo um abismo. Aproximo-me dele e tento ver o fundo, mas nunca o vejo. Não sei se no fundo daquele abismo está terra firme ou se é um pântano cheio de jacarés ansiosos por me devorar. E como não sei, e tenho medo de descobrir, vou deixando os anos passarem por mim sem que consiga tomar uma decisão e seguir em frente, sem medos, ou pelo menos com medos suportáveis, que me façam andar a medo mas não me impeçam de caminhar.
Num blog que se tornou uma segunda casa, sendo isso mais ou menos desejável, consoante as perspectivas, lançaram uma questão para o ar: Categorizando as pessoas em aliens (os que se estão a lixar para tudo e para todos, que fazem o que lhes dá na real gana sem pensar nas consequências, que são livres dos condicionalismos do que é viver em Sociedade, no fundo o que enferruja a máquina) e os robbots (os que fazem as coisas pq têm de fazer, sem ter grande capacidade crítica sobre porque fazem o que fazem; os que são parafusos nesta enorme máquina que é a Sociedade em que vivemos e a mantêm viva). A autora desta inteligente questão lançava o desafio de assumirmos que tipo de pessoas somos: aliens ou robbots. Dizendo ainda que temos de escolher entre um ou outro tipo.

Não sei se ela tinha noção dos neurónios que ia fundir ao fazer aquela pergunta. Mas independentemente da intenção que ela teve ao fazê-la, deixou-me a reflectir.
F U C K!!! Qual deles sou?!?!?!
Pensei, repensei, voltei a pensar e cheguei a uma conclusão: Sou um pouco de ambas, e acredito que todos nós somos.
Se fossemos 100% aliens não faziamos mais nada na vida senão o que nos dá prazer. Passávamos o tempo todo com os amigos, namorados, amigos coloridos, família, conhecidos, desconhecidos, animais de estimação, e de quem se conseguirem mais lembrar! Era como se de repente estivessemos sempre de férias, sim... Umas eternas férias grandes, com muito sol, mar, borgas e tudo o que cada um de nós, de acordo com as suas idiossincrasias, gosta de fazer. Era perfeito! Certo? hummmm, talvez não!!

Porque não?
Porque tudo o que é demais enjoa, e nós não podemos só fazer aquilo que queremos, mais que não seja porque se o fizessemos, não lhe daríamos tanto valor. As pessoas efectivamente têm de estudar, trabalhar e ganhar dinheiro. Sem dinheiro não há férias, não há copos com os amigos, não há cinemas, jantares, almoços, tentativa de ter mais saúde, não há viagens, não há um tecto e roupas para nos proteger não só dos olhares indiscretos como das agressões do nosso lindo planeta. Podia pensar nos homens das cavernas, eles conseguiram sobreviver sem todas estas comudidades de que falo, mas não podemos regredir a uma época em que isso era possível só porque nos apetece filosofar um pouco. Hipoteticamente tudo é possível, mas no concreto, não é assim, e acho que todos sabemos isso.

Pensam que podem ser aliens a vida inteira? Viver a vida sempre no limite, sem medo do que vos pode acontecer ao virar da esquina? Pensem de novo...
E os robbots, acham que conseguiam aguentar a vida de escravo que levam se não pudessem ter algum gozo na vossa vida? De que serve o dinheiro, a educação e a saúde se não os usarmos para algo que nos realize?

Meus lindos... as categorias só servem para nos ajudar a descrever e a compreender a realidade, o ser ou a natureza na sua essência. Mas não nos encerram!! Não vivemos encaixotados em quartos onde só se pode gostar de uma coisa ou de outra, ser de uma forma ou outra. Tenham coragem e sensatez para admitirem que podem gostar/ser das duas. A vida nem sempre se reduz a disjunções, é possível haver as coordenadas copulativas (os «e» para os mais esquecidos). Ninguém é sempre extrovertido ou introvertido, inteligente ou limitado, capaz ou incapaz, audacioso ou medroso, agressivo ou passivo. Todos nós somos um pouco disso tudo, dependendo das circustâncias de vida e das pessoas que nos rodeiam. Não queiram ver o mundo a preto e branco, porque existe SEMPRE o cinzento.

Querem saber quem sou?! Eu sou a ambivalência em pessoa. Umas vezes sou doce, carinhosa, compreensiva e maternal, mas quando me pisam os calos, ou me fazem chegar mostarda ao nariz sou dura, distante, fria e implacável. Sou a típica ansiosa-ambivalente que a Ainsworth (da teoria da vinculação) descrevia, a passiva- agressiva das teorias da comunicação, o Perfil Scarlet Ohara dos inventários de personalidade e a depressão limite do DSM-IV dos psiquiatras. Sou o cinzento... Sou o pecado e a remissão, o bom e o mau, o certo e o errado, a sensata e a imatura, a frágil e a forte, o gato e o rato, a bela e o monstro, a menina e a mulher. E a quem me quiser reduzir a uma categoria estanque e limitada só posso dizer uma coisa: sorry, you loose this time, but try again later!

Tuesday, March 03, 2009

O Bom Rebelde

Todos os psis e os que deles precisam, admitam ou não, deviam ver este filme. Tá um espanto! O filme é todo muito bom, mas escolhi as cenas que mais me marcaram.

Tudo começa assim:



Enquanto pacientes resistimos:



Por esta altura as coisas começam realmente a dificultar-se...



Chegamos a pensar que não temos de aturar estas m***** de seja quem for.



Mas um dia, que adivinhamos ser como qualquer outro, algo parte cá dentro e deixamos que nos ajudem, aceitando que a mudança é o melhor caminho, porque não se pode continuar como se estava:



Quebrar ideais, frustrar pessoas e tentar deitá-las abaixo só porque é perversamente divertido (para alguns, ao que parece) - a isso chama-se sadismo, não merece sequer qualquer resposta, e por isso fica aqui apenas um apontamento: Uma pessoa só tem poder sobre nós enquanto lho dermos. Quando lhe retiramos esse poder ela bem pode estrebuchar, uivar, gritar ou destilar veneno, mas já não nos pode afectar.

Monday, March 02, 2009

Juno



I took the Polaroid down in my room
I'm pretty sure you have a new girlfriend
it's not as if I don't like you
it just makes me sad whenever I see it
cuz I like to be gone most of the time
and you like to be home most of the time
if I stay in one place I lose my mind
I'm a pretty impossible lady to be with

Joey never met a bike that he didn't wanna ride
and I never met a Toby that I didn't like
Scotty liked all of the books that I recommended
even if he didn't I wouldn't be offended

I had a dream that I had to drive to Madison
to deliver a painting for some silly reason
I took a wrong turn and ended up in Michigan
Paul Baribeau took me to the giant tire swing
gave me a push and he started singing
I sang along while I was swinging
the sound of our voices made us forget everything
that had ever hurt our feelings

Joey never met a bike that he didn't wanna ride
and I never met a Toby that I didn't like
Scotty liked all of the books that I recommended
even if he didn't I wouldn't be offended
wouldn't be offended

now I'm home for less than twenty-four hours
that's hardly time to take a shower
hug my family and take your picture off the wall
check my email write a song and make a few phone calls
before it's time to leave again
I've got one hand on the steering wheel
one waving out the window
if I'm a spinster for the rest of my life
my yarns will keep me warm on cold and lonely nights

Joey never met a bike that he didn't wanna ride
and I never met a Tobey that I didn't like
Scotty liked all of the books that I recommended
even if he didn't I wouldn't be offended........
wouldnt be offended.......even if he didnt i wouldnt be offended

Kimya Dawson - Tire Swing




I was quiet as a mouse
when i snuck into your house
and took roofies with your spouse
in a nit and out a louse
and lice are lousy all the time
they suck your blood drink your wine
say shut up and quit your crying
give it time and you'll be fine

you're so nice and you're so smart
you're such a good friend i have to break your heart
tell you that i love you then i'll tear your world apart
just pretend i didn't tear your world apart

i like boys with strong convictions
and convicts with perfect diction
underdogs with good intentions
amputees with stamp collections
plywood skinboards ride the ocean
salty noses suntan lotion
always seriously joking
and rambunctiously soft-spoken
i like boys that like their mothers
and i have a thing for brothers
but they always wait til we're under the covers
to say i'm sure glad we're not lovers

you're so nice and you're so smart
you're such a good friend i have to break our heart
tell you that i love you then i'll tear your world apart
just pretend i didn't tear your world apart

i like my new bunnysuit
i like my new bunnysuit
i like my new bunnysuit
when i wear it i feel cute

Kimya Dawson - So Nice So Smart






Kimya: You're a part time lover and a full time friend
The monkey on you're back is the latest trend

Adam: I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Adam: I kiss you on the brain in the shadow of a train
I kiss you all starry eyed, my body's swinging from side to side
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Kimya: Here is the church and here is the steeple
We sure are cute for two ugly people
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Adam: The pebbles forgive me, the trees forgive me
So why can't, you forgive me?
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Kimya: I will find my nitch in your car
With my mp3 DVD rumple-packed guitar
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you
Both:
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du

Kimya: Up up down down left right left right B A start
Just because we use cheats doesn't mean we're not smart
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Adam: You are always trying to keep it real
I'm in love with how you feel
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Kimya: We both have shiny happy fits of rage
You want more fans, I want more stage
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Adam: Don Quixote was a steel driving man. My name is Adam I'm your biggest fan
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Kimya: Squinched up your face and did a dance
You shook a little turd out of the bottom of your pants
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Both:
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du
But you

Anyone Else but You

Este é outro dos meus filmes de eleição. Há quem não ache nada de estrondoso, mas comigo falou de uma forma muito especial. A banda sonora é igualmente espectacular. Ficam aqui algumas sugestões, mas toda ela é linda.
Espero que gostem.

Sunday, March 01, 2009

Little Miss Sunshine

Porque sou instável como a chuva no equador e a minha vida é feita de imprevisíveis altos e baixos... Há alturas em que gostava de sentir menos as coisas, estar mais anestesiada, significando com isso que não sentiria momentos de puro extase, mas que também não passaria por momentos de dura melancolia. Até agora tenho conseguido ultrapassar esse sentimento e preparar-me para as sucessivas montanhas russas em que embarco, umas vezes sem saber no que me vou meter, outras tendo perfeita consciência do que vou sentindo a cada passo que dou. Mas é cada vez mais difícil tolerar esta inconstância. Quem me dera conseguir atingir algo mais próximo de um equilíbrio sem precisar de ninguém para o conseguir...

Este é seguramente um dos meus filmes preferidos. Talvez justamente pelos seus extremos. É daqueles filmes que comove e faz rir. MUITO BOM! RECOMENDA-SE!









E por fim, porque as familias disfuncionais também têm momentos com muita piada! lol