Saturday, June 13, 2009

Há dias em que me sinto assim...




Há dias em que me sinto assim, vazia...
Sem esperança...
Sem motivação...
Sem respostas...
Sem crenças...
Sem ti.

As certezas são falíveis. Mas as dúvidas com que me deixas são difíceis de carregar.
Quero acreditar, quero confiar, quero libertar-me de todas as desconfianças que fui ganhando ao longo do percurso que trilhei. Quero voltar a sonhar.
Será que mo permites?
Será que nos permitem?
Será que mo permito?

Há dias que me sinto assim... esvaziada até de mim.

Saturday, June 06, 2009

Palavras

Palavras... Alguns dão-lhes tanta importância - não só às palavras em si, mas à forma com que são ditas, o tom em que são proferidas, a pontuação que as acompanha; outros porém usam-nas sem pensar muito no que estão a dizer, apenas porque existem, e como tal podem ser usadas, quer como quem oferece uma prenda especial, quer como quem desfere um golpe violento.
Falar é uma característica tão nossa que se tornou a modos que um automatismo, são muitas as vezes que falamos do que não sabemos, do que não queremos saber, do que não deveríamos falar... Apenas e só porque o podemos fazer.
Mas já dizia a minha bisavó, e provavelmente a bisavó dela, que «quem diz o que quer, ouve o que não gosta», e assim é. As palavras são instrumentos, e quando as usamos de forma leviana elas podem virar-se contra nós.
Acho que temos de ter consciência que assim que as pensamos, e elas saem da nossa boca deixam de ser nossas, passam a ser também de quem as ouvir. E esse alguém pode não gostar do que ouve, e, fazendo um apanhado de todas as palavras que já nos ouviu pronunciar, de todos os gestos que nos viu ter cria de nós uma imagem mais ou menos boa.
É tão certo que cada um de nós pode dizer o que lhe apatecer quanto que cada um de nós pode pensar do outro o que entender.
Onde quero chegar com isto?
Não sou apologista de pensarmos até à exaustão em tudo o que dizemos, mas também não acredito que dizer o que nos apetece sem pensar nas consequências seja a melhor opção, porque isso não faz de nós livres, mas tolos. Há pessoas para as quais nos estamos a lixar, outras que nos são caras, mas todas elas merecem respeito. Mais que não seja porque também nós gostamos de ser respeitados.

Mas ainda há a questão das palavras que não são ditas, daquelas que nos assaltam a mente mas que por falta de coragem não as dizemos. Essas para mim são as mais perigosas. Como nos podemos defender de uma acusação que não foi feita? Apenas pensada? Como podemos absolver alguém que não julgámos? Como podemos perdoar alguém que nunca nos pediu desculpa? Como podemos amar alguém que nunca nos disse o quão somos especiais para ela?

As palavras não são tudo, mas acrescentam sentido à nossa existência, e dizem bastante mais de nós que um BI ou uma impressão digital. Usem-nas, mas usem-nas bem!