Monday, February 12, 2007

Esta semana estou de ferias.
Nao que as mereça. Nao fiz o que me competia, mas tar sem fazer nada e algo a que nao se diz que nao.
Principalmente quando tenho a cabeça cheia de duvidas e o coraçao a transbordar de dor.
Desta vez nem ao cinema tenho vontade de ir.
Quando saio a rua so vejo coraçoes por todo o lado, malditos sejam. Este ano o dia de Sao Valentim nao é bem vindo.
Como se celebra uma perda?
Porque raio nao existe tambem o dia dos que tem o coraçao partido?!
Tinha planeado coisas fantasticas para esta semana. Campismo ao fds, pousada da juventude caso estivesse de chuva. Passeios a beira rio. Jantares em sitios acolhedores e simpaticos. Fazer amor a hora de almoço e a hora de jantar. Poder passear de mao dada sem pressas nem preocupaçoes. Enfim... muita coisa boa. Tantas coisas que nao vao acontecer e que me atormentam como fantasmas.
Hoje sonhei com ele. Nao foi um sonho bom. Nao me lembro do que era mas acordei angustiada. Nem durante a noite tenho alguma paz.
Hoje nada corre bem. Sinto um peso em cima de mim que nao me deixa levantar do chao. E nao, nao foi do sismo!

Sunday, February 11, 2007

Nada

Faz hoje 3 semanas.
Parece pouco. Mas é tanto...
Vejo agora o que me rodeia em tons de cinza.
Levanto-me da cama com vontade que o dia acabe.
Arrasto-me pelas divisões da casa e esforço-me por arranjar algo para fazer, mas não tenho vontade de fazer nada.
Deambulo.
Passo o dia à espera dum mail dele, uma mensagem, um toque, qualquer coisa que mostre que eu não caí no esquecimento. Mas nada.
O tempo passa cheio de nadas.

Thursday, February 08, 2007

"No Sos Vos, Soy Yo"

Hoje reuni as forças necessárias para sair de casa.
Fui fazer um dos únicos programas que consigo fazer sozinha: ir ao cinema.
Há vários filmes que quero ir ver, mas hoje escolhi um menos comercial, que sabia falar sobre rupturas amorosas. Li, num panfleto do alvalaxia, que, por coincidência ou não, peguei na última vez que fui com o J ao cinema, que em "No Sos Vos, Soy Yo" se aprendia o que não se deve fazer quando uma relação amorosa termina. O filme perfeito para a altura do campeonato em que me encontro atracada.
O filme está bastante engraçado, embora seja um drama, isto é, o personagem principal passa por um mau bocado quando a recém esposa o deixa mas as situações que ele vai criando estão de tal forma caricaturadas que acaba por ter graça.
Acabei por me embrenhar na miséria daquele homem caricato e dei por mim a pensar que não posso cair no mesmo abismo.
Tenho imensas coisas em comum com ele: o nariz grande e feio (é a que salta logo à vista), o ser desajeitado e ingénuo, a forma como reage à perda: ligando-se aos amigos, não conseguindo falar de outra coisa que não a ex, e até o procurar de um psicanalista (espero que a minha seja melhor que o dele, senão tou arrumada!).
Enfim, ao ver o desamparo e a angústia daquele homem nas 2h que durou o filme, senti-me em casa.
É pena a vantagem que ele me leva. No fim do filme ele já está feliz e pronto para outra, e eu, bem, é melhor nem ir por aí...
Depois também é sempre bom apanhar uma boa molha. Faz-nos despertar os sentidos e lembramo-nos que estamos vivos.
Aconselho o filme a todos os que estiverem com o coração partido. Pelo menos durante aquelas 2h concentramo-nos noutro coração que não o nosso.

Wednesday, February 07, 2007

Caput

Acabou de vez.
Não que tivesse havido grande continuidade, mas agora até essa, que existiu, pelo menos na minha cabeça, se foi.
Finito. Caput.
Sinto um misto de saudade, rancor, raiva e muita dor.
Na minha cabeça revejo vezes sem conta episódios que agora me dizem fazer parte de um passado que não volta, que acabou, mas que para mim continuam presentes e a fazer mossa. Episódios bons, muito bons, tão bons que dói pensar que não se vão repetir.
Sinto-me vazia. Dei o que tinha e o que não tinha e agora fiquei com saldo negativo.
Ninguém me manda ser otária.
Agora é esperar que a dor se canse de doer.