Hoje

Hoje queria beber ate cair.
Cair ate esquecer.
Esquecer ate parar de doer.
Que doa noutro sitio, mas neste nao. Neste nao...

Sonho com cavalos

Hoje tive um sonho estranho. Sonhei que tinha de tentar parar dois cavalos que vinham a correr desenfreados. Fui pesquisar o que poderia significar sonhar com cavalos e foi isto que descobri:

cavalos
sonho muito favorável, principalmente quando o cavalo é branco (eram os dois castanhos, no meu sonho! Que azar!). Sucesso, êxito, vitórias expressivas.
Na vida: falsos amigos. (Isto e sempre bom!)
No amor: insatisfação. Cavalo tranqüilo: vida sexual em ordem. Espantado: anormalidade na vida íntima. (eles vinham a descer uma rua desvairados! Ou seria um calmo galope? :/)
Cair do cavalo: perdas financeiras. (Nao caí, nem sequer estava montada neles! Mas tb nao tenho dinheiro para perder...)
Relincho significa, que conhecerá alguém importante na, vida. (Esta podia ser a minha ultima salvacao, sera que ouvi um relinchar? Nao me lembro!
Se pudesse voltar ao sonho era eu que dava um coice no raio dos cavalos!

Triste

Hoje tou meio triste como o dia.
Tenho saudades do passado.
Tento olhar em frente e esquecer o que esta para tras, mas ainda estou presa. Amarras invisiveis prendem-me a um passado em que fui mais feliz, a uma relacao que julgava ser demasiado especial para ser acabada.
Deambulo agora sem destino. Sabendo o que quero mas sem coragem de o pedir, de lutar por seja o que for. As vezes odeio-me por tamanha inercia.

Se eu fosse...

Aproveitando a deixa do Rui do culto da ostra: http://cultodaostra.blogspot.com/...

se eu fosse uma hora do dia, seria... 7 da tarde
se eu fosse um astro, seria... uma estrela
se eu fosse uma direcção, seria... a esquerda
se eu fosse um móvel, seria... uma cama
se eu fosse um líquido, seria... a coca cola com limao
se eu fosse um pecado, seria... a inveja
se eu fosse uma pedra, seria... o quartzo
se eu fosse uma árvore, seria... um cipestre, mas recusar-me-ia a ser plantada num cemitério!
se eu fosse uma fruta, seria... a melancia
se eu fosse uma flor, seria... um amor-perfeito
se eu fosse um clima, seria... o equatorial, quente e instavel
se eu fosse um instrumento musical, seria... a viola
se eu fosse um elemento, seria... o ar
se eu fosse uma cor, seria... o lilaz
se eu fosse um animal, seria... um são bernardo
se eu fosse um som, seria... o do vento
se eu fosse uma música, seria... o theme do top gun
se eu fosse um estilo musical, seria... o folk
se eu fosse um sentimento, seria... the «L» word
se eu fosse um livro, seria... A casa dos Espiritos
se eu fosse uma comida, seria... croquetes
se eu fosse um lugar, seria... uma enseada
se eu fosse um gosto, seria... acido
se eu fosse um cheiro, seria... o do frango assado
se eu fosse uma palavra, seria... seara
se eu fosse um verbo, seria... beijar
se eu fosse um objecto, seria... um baloiço
se eu fosse peça de roupa, seria... um vestido
se eu fosse parte do corpo, seria... a curvatura do pescoco, antes de pegar com o ombro
se eu fosse expressão facial, seria... um sorriso envergonhado
se eu fosse personagem de desenho animado, seria... a ana dos cabelos ruivos
se eu fosse filme, seria... top gun
se eu fosse forma, seria... triangular
se eu fosse número, seria... 7
se eu fosse estação, seria... o outono
se eu fosse uma frase, seria... Vai onde te leva o coracao

Mais uma semana.
Sexta passada foi um dia engracado.
Depois da analise fui ate a marina, comi qualquer coisa e entrei na recta final do meu livro «Filhos e Amantes».
Resolvi sair da marina por um sitio diferente. Encontrei uma pequena enseada, uma esplanada paradisiaca e continuei a andar. Andei, andei e andei mais um pouco. Ate perceber que nao estava a ir na direccao da estacao de comboios mas sim a afastar-me cada vez mais do centro de cascais. Estava a modos que perdida num sitio povoado de hoteis de 5 estrelas e health clubs. Podia ser pior... Quando ja estava cansada de andar resolvi que o melhor que fazia era voltar para tras. De volta a marina, e desta vez direita a saida que conhecia. Aquela sensacao de receio e de falta de controlo deixou-me meio extasiada.
Depois, a noite, fui ao festival academico no passeio maritimo de alges. Fui com uma amiga mais nova e com os amigos dela. Quando la entrei tive a sensacao que estava deslocada. Contavam-se pelos dedos da mao as pessoas com idade igual ou superior a minha, mas depois a vodka com laranja que uma das raparigas levou e a boa disposicao do grupo permitiu-me descontrair mais e aproveitar a noite. Xutos foi uma desilusao mas ainda assim valeu a pena. Surpreendeu-me a maturidade de um rapaz de 19 anos e a infantilidade de um de 30 e ainda troquei umas frases com um madeirense que tinha como passatempo despentear a cabeleira farta de caracois. Nao foi uma noite memoravel mas foi uma noite bem passada.
Hoje fui ver um filme a tarde: «O Misterio da Estrada de Sintra». Ve-se bem e vale a pena ir ver um Eca bem humorado e com requintes de malvadez.

O Manu...

Hoje conheci o Manu.
Estava eu numa esplanada em cascais, depois de ter saido da minha, cada vez mais adorada, consulta de psicanalise, a acabar de beber a minha coca-cola com limao e a ler o meu livrinho quando o Manu se aproximou da minha mesa com uma serie de fios pendurados no braco e uns oculos de sol nas maos. Disse-lhe que nao queria nada mas ele continuou com uma lengalenga da qual nao percebi metade. Tentei continuar a ler mas ele nao saia dali. Ja em desespero perguntei-lhe quanto custava uma pulseira, pensando que se lhe comprasse qq coisa ele se sumia dali. GRANDE ERRO! Sentou-se sem cerimonias na minha mesa e estendeu todos os objectos que tinha nos bolsos e na mochila. Voltei a perguntar quanto custava a pulseira e ele disse 20 euros. Disse que nao tinha esse dinheiro e voltei a fixar-me no livro mas ele nao desistiu. Acabou por vender-ma por 5 euros e depois de 15 min a dizer o quanto era importante fazermos amizades com pessoas de todos os cantos do mundo num dialecto que era uma mistura de italiano com frances e algumas palavras em portugues, ainda me ofereceu um fio.
A conversa podia ter acabado aqui, mas nao acabou! Pediu-me o nº de telemovel, a morada, disse que era muito simpatica e que me queria oferecer um jantar em alcantara, onde tinha amigos angolanos. Dei-lhe os dados todos trocados mas ele nem assim ficou satisfeito. Quando disse que tinha de ir para casa disse que ia acompanhar-me. AAAAAAHHHHHHHHH, socorro!!! Repetiu nao sei quantas vezes que tinhamos de sair juntos porque era muito importante para ele conhecer pessoas de todos os sitios. Isto foi a metade que percebi, a outra acenei esporadicamente com a cabeca e sorri da forma mais simpatica que consegui.
Quando chegamos a estacao de comboios tentei dar-lhe a entender que tinhamos de nos despedir mas qual que. Disse que ia trabalhar para alges para me fazer companhia no comboio. Estava a ver a minha vida bem negra, com medo que me seguisse ate casa e percebesse que lhe tinha dado a morada errada quando veio o revisor e ele nao encontrava o bilhete. Revirou todos os bolsos mas nao deu com o bilhete. O revisor disse que ja la voltava mas entretanto chegamos a alges e aconselhei-o a sair rapidamente antes que o revisor regressasse. Foi ai que me senti mal por ter estado todos os minutos a desejar que ele me deixasse em paz. Agarrou-me na mao e disse que estava feliz por me ter conhecido. Depois encolheu os ombros e saiu.
E assim conheci o Manu, um senegalense com um olhar triste e meigo que quer ter amigos de todo o mundo...