Thursday, September 24, 2009




Por vezes dou por mim a pensar no que vai ser daqui para a frente.
Estou quase a virar uma página na minha vida: as cadeiras do curso estão finalmente feitas, falta a tese que se encontra em processamento... E depois?
Dou por mim a pensar o que realmente quero fazer a partir daqui. Existem coisas que gostava de fazer que à partida me estão vedadas, pelo menos por enquanto, que seria ter um consultório privado e ter clientes suficientes para poder fazer disso vida. Não tendo essa hipótese gostava de enveredar pela psicologia comunitária, mas não tendo qualquer tipo de experiência nessa área sinto-me a modos que perdida.

Outras vezes as questões ficam ainda mais profundas e existencialistas: quem sou eu? Aí a encruzilhada adensa-se mas os neurónios ficam exultantes com o desafio. «Eh pah, agora é que nos tramaste, essa é uma boa pergunta!» dizem eles. Não é quem acham que eu sou, nem tão pouco quem querem que eu seja, é simplesmente quem sou eu.
Uma frase feita do tipo «és uma soma do que foste com aquilo que queres vir a ser» não serve. Porque sei quem fui no passado, mas não sei quem quero ser no futuro, e isso não faz de mim uma não existência.

Quando chegar a alguma conclusão partilho, até lá vou-me limitando a sentir tudo da melhor maneira que conseguir, com todos os meus receptores hiperactivados. Sentir o sol na pele, a água fria num corpo quente, os músculos cansados depois de fazer exercício, a alegria de rever um amigo, os arrepios que ele provoca quando me beija...

Posso não saber quem sou, ou para onde vou, mas sei o que sinto a cada momento que passa por mim, e vezes há em que me sinto realizada por isso.

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