Tuesday, January 29, 2008

Banquete do amor

Hoje fui ver um romance. E como quase sempre que vou ver um romance saio a flutuar da sala de cinema. Banquete do amor. Adorei. É um filme lamechas muitos dirão, mas o que importa é que me deixou bem disposta e com vontade de viver.
Vinha eu no caminho para casa quando percebi uma coisa...
Tenho todas as sensações à flor da pele. Isso geralmente traduz-se em qualquer um me poder magoar mas essa característica, que assim parece terrivel, tem o reverso da medalha... É que se é verdade que qualquer um me pode magoar também é verdade que qualquer um, ou qualquer coisa, me pode fazer feliz. E isso é um ponto a meu favor. Hoje foi um filme bonito, uma velha que me agradeceu lhe ter cedido o lugar no autocarro e uma criança que me sorriu na rua. Às vezes, ou melhor, a maior parte das vezes, são pequenas coisas que realmente fazem a diferança.
Esta semana vi uma porta fechar-se, hoje vou dar oportunidade a que uma janela se abra ; )

Thursday, January 10, 2008

Um dia na clínica

De manhã saio de casa e passo por um segurança. Dou-lhe os bons dias e ele retribui com um sorriso aberto. Por momentos deixo que aquela sensação de bem estar me inunde. Vou bem disposta até à paragem de autocarro. Depois o efeito vai desvanecendo-se ao longo da manhã. A menos que alguém lá na clínica me sorria com vontade e mostre que realmente está contente por me ver. Hoje foi um desses dias. Uma senhora viu-me no corredor e veio até mim de braços abertos. Deu-me dois beijos na cara daqueles ruidosos e perguntou-me como estava. A política das instituições é que os técnicos devem manter distância, que não se podem envolver. Eu não consigo fazer isso. Quando estou nas reuniões sinto quando alguma delas está mais abatida, quando estão revoltadas, quando algo não está bem com elas. Por vezes só me apetece chegar ao pé delas e abraçá-las, perguntar-lhes o que se passa e tentar que fiquem bem. Dizem-me que não posso ser amiga das doentes, que não estamos ali para ser simpáticos ou para que gostem de nós. Mas será que preocupar-me com as doentes e querer que elas estejam o melhor possivel fará de mim uma má profissional? Talvez esteja errada. Mas sinto calor quando entro nas unidades e me vêem cumprimentar. Não me importo se me chamam ou não doutora, não quero saber se me tratam por você ou por tu. Quero apenas sentir que posso ser útil ali, que pelo menos enquanto conversamos elas se sentem bem. A maior parte das doentes mentais são como as crianças. Precisam de muita atenção e afecto e isso eu posso dar.

Wednesday, January 02, 2008

2008


Não eramos muitos mas não eram precisos mais.
Divertimo-nos à grande e isso é tudo o que importa.
Não digo que não faltasse alguém. Faltou. Mas estou cansada de correr atrás de quem persiste em fugir. Esteve quem quis realmente estar e é a esses que me devo agarrar. Entre amigos de mais de 10 anos e outros recentes senti-me bem, quase feliz.
Não comemos passas nem pedimos desejos mas aposto que para o ano estamos juntos de novo. Quanto aos outros desejos... não vou deixar na mão de ninguém. Vou tomá-los em mãos e esforçar-me por realizá-los.
Proponho um brinde a nós, aos que gostam de nós, e os outros que se f*«#»